No dia 20 de julho, celebra-se o Dia do Biscoito. Presente em diferentes culturas, o alimento assume inúmeras formas e sabores, sendo parte importante da trajetória da alimentação ao longo da história. Sua origem remonta aos primeiros registros da panificação, quando uma simples combinação de grãos triturados e água, levada ao forno, deu início à evolução que resultaria em um dos itens mais consumidos e versáteis da indústria de alimentos. O termo “biscoito” surgiu em português primeiro, mas o extenso território brasileiro acabou introduzindo também a palavra “bolacha”, como reflexo das particularidades regionais.
Há quem diga que a primeira receita de biscoito foi fruto de um erro feliz: misturar grãos moídos com água e assá-los. Além disso, essa preparação rudimentar teria sido adotada no Antigo Egito há cerca de 4 mil anos. Os egípcios produziam esses alimentos com trigo, moldavam em formas humanas ou de animais e os ofereciam às divindades da época. Por isso, o desafio de conservar os alimentos por mais tempo levou os egípcios a adotarem o biscoito pela sua durabilidade.
O passo seguinte na evolução desse alimento veio com uma técnica que marcou época: o processo de assar duas vezes a mesma massa, o que aumentava sua vida útil. Foi daí que nasceu a palavra “biscoito”, vinda do francês bis-cuit, ou seja, “duas vezes assado”. Com essa resistência ao tempo, o biscoito tornou-se ideal para jornadas prolongadas e campanhas militares. Soldados do Império Romano e marinheiros em expedições oceânicas contavam com ele como uma fonte confiável de sustento.
Já o termo “bolacha” apareceu depois e tem raízes latinas. Traduzido como “pequeno bolo”, foi documentado pela primeira vez no português do século XVI.
Chegada e adaptação do biscoito no Brasil
Os biscoitos chegaram por aqui com os colonizadores portugueses, mas rapidamente foram incorporados à cultura local. O paladar brasileiro trouxe à receita influências africanas e indígenas, resultando numa diversidade de variações. Um bom exemplo são os biscoitos de polvilho, que usam a mandioca como base. A mandioca é um ingrediente amplamente disponível e valorizado desde o período colonial, especialmente em Minas Gerais.
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Outros clássicos que remetem à memória afetiva são os sequilhos, também conhecidos como amanteigados. Feitos com amido de milho, manteiga e leite condensado, eles representam, portanto, a simplicidade e o sabor que remetem à infância de muitos brasileiros.
Com o avanço da industrialização no século XX, o mercado de biscoitos se consolidou no Brasil. Hoje, o país ocupa posição de destaque na produção mundial. Em 2024, a indústria nacional fabricou 1,6 milhão de toneladas e movimentou R$ 33,7 bilhões no mercado interno.
De acordo com Claudio Zanão, presidente executivo da Abimapi, desde suas origens até se tornar um símbolo da indústria alimentícia e da cultura brasileira, o biscoito acompanha o dia a dia das famílias. Trata-se de um alimento simples, que passou por uma evolução em sabor e apresentação, refletindo a constante inovação do setor. Por fim, segundo ele, a indústria se reinventa a cada ano para oferecer qualidade, variedade e satisfação à mesa dos consumidores brasileiros.
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