Os alimentos enlatados ainda geram dúvidas quando o assunto é saúde, mas podem sim fazer parte de uma alimentação equilibrada. Praticidade, durabilidade e economia são alguns dos motivos que levam muitas pessoas a incluírem alimentos enlatados na rotina alimentar. Porém, junto dessas vantagens, surgem questionamentos sobre a presença de conservantes, altos níveis de sódio, perda de nutrientes e até substâncias químicas como o BPA.

Mesmo com essas preocupações, é importante destacar que, atualmente, há uma grande variedade de opções mais seguras e saudáveis nas prateleiras. Muitos desses produtos mantêm boa parte de suas características nutricionais e podem até surpreender no sabor, se comparados aos frescos.

Quem reforça essa visão é Danielson Rodrigo Cavalcante da Silva, profissional da saúde e coordenador do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera. Ele afirma que o enlatamento é um método eficaz de conservação que, além de prolongar a vida útil dos alimentos, também preserva nutrientes importantes. O processo de selagem e aquecimento impede o envelhecimento precoce dos alimentos e reduz a necessidade de conservantes. Para ele, o mais importante é optar por versões com menos sódio e sem aditivos artificiais.

Enfim, para ajudar a desmistificar o tema, reunimos os principais mitos sobre os alimentos enlatados, com base em orientações do especialista.

Mitos sobre os alimentos enlatados

Enlatados fazem mal à saúde?

Mito! É comum pensar que produtos enlatados são prejudiciais à saúde. Porém, isso depende de qual alimento está sendo consumido e de como ele foi preparado. Muitos vegetais enlatados, por exemplo, mantêm suas propriedades nutricionais, especialmente se passaram por um processo cuidadoso de enlatamento, sem conservantes artificiais.

Todo alimento enlatado contém conservantes?

Mito! Muitas pessoas ainda associam o sabor e a durabilidade dos enlatados à presença de conservantes químicos. No entanto, o que garante a conservação desses produtos é o próprio processo térmico de enlatamento. Durante esse procedimento, os alimentos são aquecidos e selados de forma hermética, o que impede a proliferação de micro-organismos e dispensa, em muitos casos, o uso de aditivos.

Alimentos enlatados têm sempre muito sódio?

Mito! Embora seja verdade que alguns produtos contenham altos níveis de sódio, nem todos os alimentos enlatados seguem esse padrão. Hoje, há diversas opções com baixo teor de sal ou versões sem adição de sódio. A leitura dos rótulos é fundamental para quem busca escolhas mais equilibradas.

Alimentos enlatados perdem o sabor?

Mito! Existe a crença de que o sabor dos alimentos se perde durante o processo de enlatamento. Contudo, muitos produtos mantêm e até realçam o sabor natural. Isso ocorre especialmente com itens como tomates, que se beneficiam do cozimento prévio. O segredo está em saber como utilizar cada ingrediente em receitas que valorizem suas características.

Todas as latas contêm BPA?

Mito! O BPA (bisfenol A) já foi amplamente utilizado em revestimentos internos de embalagens metálicas. Porém, devido às preocupações com os efeitos dessa substância na saúde, várias empresas têm adotado alternativas livres de BPA. Algumas marcas inclusive destacam essa informação nos rótulos, facilitando a escolha para quem deseja evitar o composto.

Conclusão sobre os alimentos enlatados

Consumir alimentos enlatados com atenção aos rótulos pode trazer praticidade sem comprometer a saúde. Escolher versões com menos sódio, livres de conservantes e sem BPA é um caminho seguro e mais acessível, graças à evolução das indústrias alimentícias e à demanda por produtos mais naturais.

Mesmo com pouco tempo, dá para montar refeições equilibradas com ingredientes frescos e produtos industrializados de qualidade. Os enlatados, quando utilizados com critério, cumprem bem esse papel, oferecendo economia, durabilidade e principalmente conveniência sem abrir mão da nutrição.

Por fim, o segredo está na moderação e na informação: ler os rótulos, variar os alimentos enlatados e buscar equilíbrio. Dessa forma, eles deixam de ser vilões e passam a atuar como aliados valiosos na rotina alimentar moderna.

 

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