Em 2022, a cena dos eSports brasileiros foi sacudida por um contrato inesperado: a FURIA anunciou um patrocínio de R$ 15 milhões com a exchange FTX. O número chamou atenção não só pelo valor — que rivaliza com acordos da Série A do futebol —, mas também por marcar uma virada de chave para o setor. No meio desse movimento, muitos curiosos descobriram a Fortune Rabbit 2 demo grátis, entre outras formas de atrair novos usuários para o ecossistema cripto. O interesse por esse tipo de parceria disparou — e com ele, o volume dos cheques.
A MIBR seguiu pelo mesmo caminho. Também em 2022, a organização assinou um contrato de três anos com a Bybit, mirando, assim, um público já inserido no universo Web3. Mais do que visibilidade, o objetivo era aproximação. Converter espectadores em usuários, e usuários em entusiastas da criptoeconomia. Tudo isso alimentado pelo boom cripto daquele ano — que, não por coincidência, impulsionou acordos muito acima dos tradicionais.
O curioso é que esses valores não pareciam fora da curva apenas por comparação com outros esportes eletrônicos. Em muitos casos, superavam até mesmo patrocinadores de marcas consolidadas do mercado “offline”. No caso da FURIA, o valor do contrato com a FTX sozinho era maior que a soma de todos os outros patrocínios do time. Dessa forma, não é exagero dizer que, naquele momento, o dinheiro das criptomoedas estava reescrevendo as regras do jogo.
Do colapso à retomada: o pós-FTX e os números de 2025
Mas o castelo de cartas da FTX não demorou a ruir. Em 2022, a empresa entrou em colapso — cancelando acordos milionários e espalhando desconfiança pelo setor. Era o sinal de alerta que muitos clubes ignoraram. O impacto foi imediato: suspensão de parcerias, bloqueio de investimentos e uma nuvem de ceticismo sobre o envolvimento de times com criptoativos. O mercado, que parecia em ascensão meteórica, mergulhou em pausa forçada.
Só que 2025 trouxe novos ventos. Dados do setor mostram que 22 novos contratos foram assinados nos primeiros quatro meses do ano, superando os 18 fechados no mesmo período de 2024. E não foi só em quantidade: o valor médio por contrato saltou de US$ 2,6 milhões para US$ 4,3 milhões. É uma retomada clara — mais cautelosa, sim, mas também mais profissional. As marcas voltaram com apetite, e os clubes aprenderam a filtrar suas parcerias.
Um exemplo? O FaZe Clan, uma das maiores organizações globais de eSports, renovou seu acordo com a Rollbit em 2024. O contrato foi descrito como “multimilionário” e um dos maiores da história do setor. Isso mostra que as grandes cifras continuam circulando — só que agora com foco em longevidade e em estratégias de ativação mais inteligentes.
O objetivo não é mais apenas estampar logotipos. As plataformas cripto querem engajar, converter e fidelizar. É aqui que entra o conteúdo — como os artigos publicados no blog da 777Bet, que exemplificam esse novo modelo de envolvimento com a audiência. A aposta está na combinação entre patrocínio e narrativa, entre exposição e educação. Funciona? Os números indicam que sim.
Portanto, a lição que fica é clara: o setor não se afastou do cripto. Apenas entendeu que não dá mais pra entrar de olhos fechados. Em 2025, os clubes que se destacam são justamente os que aprenderam a transformar risco em oportunidade.
Novas experiências: NFTs, fan tokens e engajamento digital
Os patrocínios cripto deixaram de ser apenas sobre dinheiro — agora, eles criam experiências. Times de eSports têm sido protagonistas em ativações que vão desde eventos temáticos até torneios com premiação em criptoativos. Um bom exemplo? O World Series of Trading (WSOT), da Bybit, que distribuiu nada menos que US$ 8 milhões em prêmios e NFTs. A participação de equipes patrocinadas nesses eventos mostra como a relação vai muito além de um logotipo estampado na camisa.
Fan tokens também entraram em cena. Essas moedas digitais permitem que torcedores participem de enquetes, votações internas e ganhem recompensas exclusivas — tudo isso direto no app. É uma nova camada de engajamento que combina jogo, tecnologia e principalmente comunidade. Para quem assiste, vira parte do clube. Para quem investe, abre novos fluxos de receita.
O uso de NFTs esportivos também ganhou tração. Ou seja, camisas digitais, cards colecionáveis, momentos exclusivos de partidas — tudo tokenizado e vendido em marketplaces. Para os times, isso representa uma nova forma de monetizar a paixão dos fãs. Para os patrocinadores, é um canal direto para ampliar sua presença no ambiente Web3.
No fim das contas, a tecnologia tem servido como ponte entre público e marca. E quanto mais criativas essas ativações, mais valor elas geram. Contudo, não se trata só de vender cripto — é sobre contar histórias, gerar emoção e criar senso de pertencimento dentro e fora da tela.
Riscos em campo: governança, críticas e contratos instáveis
Nem tudo são ganhos — e os clubes sabem disso. Em 2025, a parceria entre Red Bull Racing e Bybit, avaliada em US$ 50 milhões por ano, será encerrada. Motivo? Mudanças estratégicas, dizem. Mas por trás dessa decisão está um alerta recorrente: contratos milionários com empresas cripto podem desmoronar da noite para o dia.
Reguladores também começaram a agir. A Premier League decidiu proibir patrocínios de casas de apostas nas camisas dos times a partir de 2026. E se o mesmo movimento se expandir para o universo cripto? A incerteza paira — especialmente em mercados como o brasileiro, onde a regulamentação ainda está em formação.
Por fim, clubes e organizações foram obrigados a adotar uma nova postura: mais cautela, mais compliance, mais responsabilidade. A reputação está em jogo — literalmente. Afinal, promover ativos de alto risco sem critério pode colocar o torcedor em situações perigosas. E ninguém quer ver o fã virar vítima da própria paixão.
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