O Brasil passa por uma mudança demográfica sem precedentes. Dados recentes do IBGE revelam que, pela primeira vez na história, o número de brasileiros com 65 anos ou mais ultrapassou o total de crianças de até 5 anos. Esse marco, lembrado em 5 de agosto, no Dia da Saúde, evidencia um feito importante: estamos vivendo mais. Esse avanço exige atenção especial à alimentação para garantir qualidade de vida.

No entanto, essa conquista traz à tona um novo desafio coletivo: como garantir que esses anos a mais venham acompanhados de qualidade de vida, autonomia e bem-estar? Para especialistas em nutrição, a resposta pode começar pela escolha dos alimentos que colocamos no prato.

Com o avanço da idade, um dos obstáculos mais comuns à manutenção da independência é a sarcopenia. Ela é um termo técnico para descrever a perda progressiva de massa muscular e força. O processo pode passar despercebido no início, mas seus efeitos se tornam evidentes com o tempo. Ou seja, ele traz maior risco de quedas, limita a realização de tarefas simples como carregar sacolas ou subir escadas e diminui a energia no dia a dia. Essa perda muscular impacta diretamente a vitalidade e, consequentemente, a qualidade de vida.

Nutricionista explica como a comida ajuda o envelhecimento saudável

Segundo Carolina Yoshioka, nutricionista da Ajinomoto do Brasil, o processo de envelhecimento não precisa estar associado, obrigatoriamente, à perda de força física. Ela afirma que, embora as mudanças no corpo sejam naturais com o passar dos anos, isso não torna a perda de massa muscular uma consequência inevitável.

A profissional destaca a importância das proteínas, formadas por aminoácidos essenciais à construção muscular. Um desses aminoácidos, a leucina, atua como um sinalizador no organismo, estimulando diretamente a síntese de novos músculos. Por isso, incluir esse nutriente na dieta, por meio de uma alimentação equilibrada, pode representar uma estratégia eficaz para quem deseja manter a força e a vitalidade ao longo do tempo.

Os benefícios de uma dieta rica em aminoácidos, no entanto, vão além da musculatura. A saúde imunológica também depende deles. A glutamina, por exemplo, é outro aminoácido importante, ela atua como fonte de energia para as células intestinais. Como o intestino tem papel central na defesa do organismo, mantê-lo em bom funcionamento contribui para fortalecer o sistema imune. Sendo essencial para quem busca envelhecer com mais proteção contra infecções e doenças.

A nutricionista ressalta que a estratégia nutricional deve levar em conta a rotina e as necessidades individuais. Ainda assim, recomenda o consumo de boas fontes de proteína em todas as refeições do dia. Ovos, carnes magras, iogurtes, queijos e leguminosas como feijão e lentilha são ótimos exemplos. A distribuição correta desses alimentos ao longo do dia permite uma absorção mais eficiente dos nutrientes e potencializa seus efeitos no organismo.

Envelhecer com saúde envolve diversos fatores, e a nutrição ocupa um lugar central nessa equação. Comer bem não significa apenas viver mais, mas viver melhor, com mais força, disposição, imunidade em alta e autonomia para aproveitar plenamente todas as fases da vida.

 

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