Projeções indicam que o setor global de proteínas alternativas saltará de US$ 15,7 bilhões para US$ 25,2 bilhões até 2029, de acordo com a consultoria MarketsandMarkets. Esse crescimento acelerado reflete uma mudança impulsionada pela busca por soluções mais sustentáveis, eficientes e tecnológicas na produção de alimentos. Nesse cenário, a proteína de micélio surge como uma opção inovadora: cultivada em biorreatores, tem baixo impacto ambiental e alto potencial de escalabilidade.
No Brasil, a Typcal lidera essa transformação. Primeira foodtech da América Latina especializada em fermentação de micélios, a empresa investe em tecnologias capazes de converter resíduos industriais em alimentos com elevado valor nutricional.
Segundo Paulo Ibri, CEO da Typcal, é fundamental acelerar a transição para um sistema alimentar mais resiliente, capaz de atender à demanda global sem agredir o meio ambiente. A proposta da empresa envolve oferecer produtos que, além de nutritivos e saborosos, apresentem impacto ambiental significativamente reduzido. Ao utilizar a biotecnologia para transformar resíduos da indústria em proteína de alto valor, a Typcal demonstra que é possível aliar inovação, eficiência produtiva e sustentabilidade.
A seguir, o executivo destaca cinco motivos pelos quais a proteína de micélio pode ser essencial para o futuro da alimentação:
Proteína de micélio
1 – Alta produtividade por área
A tecnologia desenvolvida pela Typcal permite produzir até 7.000 vezes mais proteína por metro quadrado do que a soja, uma das principais fontes vegetais atuais. Essa produtividade elevada viabiliza a produção em menor espaço, com menos tempo e menos recursos. Conforme Paulo Ibri, esse rendimento por área contribui para escalar a produção de forma mais eficiente.
2 – Menor impacto ambiental
Ao contrário da agropecuária tradicional, o cultivo do micélio ocorre sem necessidade de grandes áreas de terra, irrigação intensa ou uso extensivo de insumos agrícolas. A produção libera 98% menos CO₂ e reduz o consumo de água em 99,8% em comparação à carne bovina. Assim, em relação à soja, as emissões são 94% menores e o uso de água, 96% inferior. Segundo o CEO da Typcal, esse modelo representa um avanço importante na mitigação dos impactos ambientais da produção de alimentos e contribui diretamente para o cumprimento das metas climáticas globais.
3 – Produção resiliente e constante
A criação da proteína ocorre em ambientes controlados, independentes de fatores climáticos ou sazonais. Isso garante, por exemplo, maior resiliência frente a secas, instabilidade do solo ou eventos extremos. Paulo Ibri afirma que o cultivo em biorreatores fechados permite um fornecimento contínuo, previsível e com menor exposição a imprevistos externos.
4 – Aproveitamento de resíduos na produção
A proteína de micélio pode ser cultivada a partir de resíduos da indústria alimentícia, o que reforça seu alinhamento com os princípios da economia circular. Além disso, o objetivo da empresa é tornar toda a cadeia alimentar mais eficiente e sustentável, minimizando desperdícios e promovendo um modelo produtivo mais consciente.
5 – Versatilidade e inovação para a indústria
Com sabor neutro e ampla aplicabilidade, o ingrediente Neutra Pro, desenvolvido pela Typcal, pode ser utilizado em diversas categorias, como carnes, snacks, panificados e massas. Enfim, isso permite que a indústria reformule produtos de forma mais sustentável, sem abrir mão de sabor, textura ou aceitação do consumidor. De acordo com o executivo, a biotecnologia funciona como uma ferramenta estratégica para marcas que buscam inovar enquanto atendem à crescente demanda por alimentos sustentáveis.
Foto Destaque: Guto Souza