Na busca por criar um pão perfeito, quatro elementos fundamentais da panificação entram em cena: farinha de trigo, fermento, água e sal. Estes são os pilares essenciais da receita. No entanto, outros componentes como óleo, ovos, açúcar, frutas, entre outros, têm seu papel, adicionados estrategicamente para conferir características específicas ao pão, como sabor, consistência, crocância, cor e valor nutricional. A compreensão das funções individuais de cada ingrediente e como eles interagem é a chave para a produção de um excelente pão.

1 – Farinha de trigo: a química da textura na panificação

Começando com a farinha de trigo, encontramos nela a principal responsável pela estrutura do pão. O glúten presente no trigo é a proteína que cria uma teia, capturando e estabilizando as bolhas de ar. Simultaneamente, o amido presente na farinha contribui para a estabilidade e a estrutura do pão durante o processo de aquecimento. Para garantir pães bem desenvolvidos com fermento, é crucial promover uma ampla formação de glúten, resultando em uma teia flexível capaz de reter o dióxido de carbono e o vapor de água que conferem ao pão sua textura característica.

No entanto, dois inimigos do desenvolvimento do glúten são a gordura e o açúcar. Ambos impedem sua formação. A farinha naturalmente contém açúcares simples que alimentam o fermento, tornando as receitas sem adição de açúcar não prejudicadas. Dessa forma requerem um tempo de fermentação mais longo. Além disso, a farinha específica para panificação possui um teor de proteína mais alto, produzindo pães mais volumosos devido ao maior conteúdo de glúten na massa, permitindo uma expansão maior.

A farinha integral é utilizada para obter uma massa com menor capacidade de formar glúten, pois ela contém outros componentes, como farelo e germe de trigo, que interferem na formação da teia. A solução é adicionar farinha de trigo comum à farinha integral para alcançar uma estrutura mais eficiente.

2 – Fermento: bolhas e aumento de volume

O fermento é o próximo protagonista nessa jornada culinária. Dessa forma, durante a fermentação, o fermento desdobra o açúcar e os carboidratos da massa, gerando dióxido de carbono em forma de pequenas bolhas microscópicas, responsáveis pelos conhecidos buracos e bolhas na massa, e pelo aumento de volume. Ele está disponível em diversas formas no mercado: seco, fresco e químico. Uma opção natural é o levain ou massa madre, obtido pela combinação de água e farinha.

O fermento seco é amplamente utilizado na panificação devido à sua praticidade, mas você também pode optar pelo fermento fresco, seguindo as instruções da embalagem para substituição.

3 – Água: a essência líquida na panificação

A água, um líquido essencial, desempenha múltiplas funções. Além de transportar o sabor por toda a massa, ela ajuda a formar as ligações de glúten e reage com o amido, criando estruturas leves e firmes. Durante o aquecimento, a água também age como vapor, contribuindo para a delicadeza do pão. O fermento depende da água para se desenvolver, reproduzir, multiplicar e gerar os subprodutos que fazem o pão crescer. Diferentes líquidos, como por exemplo o leite, leitelho ou sucos de frutas, podem ser usados, cada um conferindo características específicas ao pão.

4 – Sal: fundamental e preciso

Por fim, o sal entra em cena, desempenhando um papel fundamental no sabor e no escurecimento do pão. No entanto, o uso excessivo de sal pode inibir a fermentação, reduzindo o crescimento adequado da massa. Seguir as medidas indicadas nas receitas e considerar o tipo de sal é importante, optando por pesá-lo para maior precisão.

 

Agora que você está familiarizado com os segredos da combinação perfeita, lembre-se de que a panificação é uma verdadeira arte culinária, e pequenas variações nos ingredientes e suas quantidades podem levar a resultados surpreendentes. Desfrute desta jornada gastronômica e permita-se experimentar novas possibilidades, pois o universo do pão é vasto e encantador!

 

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