Se você já provou uma comida feita em fogão a lenha, com certeza se encantou com o sabor diferenciado que ela tem. Esse modo primitivo de cozinhar torna as mais simples receitas em pratos suculentos e defumados. Isso porque o cozimento é mais lento que nos fogões modernos, garantindo texturas incríveis. E a fumaça da madeira ainda dá um toque todo especial. Sem falar que as panelas utilizadas também são diferentes, geralmente feitas de barro, cerâmica, cobre, pedra sabão ou ferro fundido.
Muito usado nos tempos antigos na alimentação das fazendas e das casas da roça, até hoje o fogão a lenha remete à boa comida caseira. Foi com o surgimento das novas tecnologias e com as transformações das rotinas familiares que essa charmosa peça se tornou obsoleta na maioria das cozinhas brasileiras. Passando, assim, a ser apenas um artefato decorativo ou atrativo do turismo rural.
No entanto, essa não é uma cultura perdida. Muitos restaurantes do interior do país ainda fazem questão de manter viva essa tradição, assim como muitas famílias que possuem apego emocional ao utensílio e seguem utilizando-o. Outras adquirem modelos mais atuais que oferecem sofisticação e estilo à decoração, mas sem perder as vantagens das tradicionais.
Além disso, essa culinária é tão rica que até mesmo nas cidades grandes está presente, como um diferencial de algumas casas gastronômicas. Isso devido ao seu sabor e ritual únicos, que transmitem o aconchego e a tranquilidade do campo.
Tipos de fogão a lenha
Ao longo do tempo, os fogões foram evoluindo, acompanhando a evolução do homem. Desde os buracos feitos no chão – nos quais se colocavam as panelas por cima das chamas, apoiadas em pedras – até os que conhecemos atualmente. Assim, existem diferenciações entre os tipos de fogão a lenha existentes pelo Brasil.
No Sul, por exemplo, o modelo mais utilizado é o feito de metal. A alimentação ocorre por meio do carvão vegetal ou lenha, colocados na parte de baixo da peça, aquecendo assim tanto o forno como uma chapa de metal no topo. É nessa chapa que se colocam as panelas para o cozimento.
Já em Minas Gerais e no interior de São Paulo, o modelo mais comum é o de alvenaria. Nesse, há um túnel sob os bocais do fogão por onde se insere a lenha. O ar quente que resulta da queima dela circula pelo espaço e sobe até a base da chaminé, onde geralmente é instalado um forno de ferro fundido. Por fim, após o aquecimento do forno, a fumaça sobe pela chaminé e em seguida é liberada.
Hoje em dia é possível construir ou encontrar no mercado diversos modelos de fogão a lenha para instalar em seu lar e resgatar essa tradição. Inclusive alguns portáteis, para quem não tem muito espaço ou não quer uma peça fixa. São muitas opções que visam combinar com as decorações, desde os estilos mais rústicos até aqueles que trazem um ar de modernidade.
Seja como for, esse símbolo cultural segue agradando paladares pelo país. E você, já pensou em ter um fogão a lenha em casa?
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